domingo, 11 de abril de 2010

Borboletas no Estômago



Semana animada. Início do encerramento (ficou engraçado, não ficou?) de um trabalho muito gratificante em São Paulo. Aliás, em São Paulo, nada; no mundo todo, se Deus quiser.

Esses finalmentes sempre me emocionam. Mas eu tenho o hábito de ficar calada e disfarçar os olhos cheios d'água, porque normalmente sou a única. Ah, mas na sexta eu fui apenas mais uma.

Ao início da reunião, quando vimos o filme sobre a expansão da presença das editoras brasileiras no mundo, mostrando as iniciativas, os eventos, as conquistas, achei que as luzes se acenderiam e o programa seguiria normalmente, falando sobre marca, imagem, planejamento.

Ledo engano: quando minha cliente pegou o microfone, a voz embargada não conseguiu esperar nem cinco palavras. Meus olhos marejados passaram dos dela ao de cada membro do comitê de planejamento, que passavam os dedos sob os olhos e faziam "snif". Pronto. Estava em casa.


Choro, sim, fico emocionada, sim, quando vejo o quanto fizemos nesses três meses de trabalho duro. Sou um misto de especialista com generalista; marketing internacional é um mercado ainda nascente e cheio de especificidades, mas, por outro lado, imenso: cada projeto me lança em um mundo novo, que vai desde produtos tangíveis, como calçados, até o compartilhamento de idéias, de cultura, estilos de vida, que é o conteúdo editorial. Por isso, há não sei quantos anos, cada início de projeto tem aquele friozinho na barriga, aquele medo secreto de não conseguir entender, ou de não me fazer entender.

Na mesma sexta, mais de doze horas depois, já em BH, em um boteco com amigos, percebo que tenho companhia. Um jovem roteirista me conta que acaba de iniciar seu primeiro trabalho... e o relato da sua angústia-felicidade é exatamente o roteiro das minhas sensações nesses últimos três meses. Ou três anos. Ou treze. Sei não.

Que delícia é sair para uma reunião pensando, aliás sentindo "oba". Que delícia é trabalhar com gente que se diverte tanto quanto você, e que quando o final do planejamento se aproxima - e, com ele, o início de uma nova realidade - se emociona. Que delícia é a gente se sentir criança a cada novo começo. E encerrar mais um ciclo ganhando novos amigos, fortalecendo velhas amizades e sabendo que vem aí mais um lote de borboletinhas.

4 comentários:

  1. Brilho nos olhos é um negócio que nos faz mesmo borboletar. Fazer o que a gente ama, ficar apaixonado e emocionado pelo trabalho que faz, ah, não tem nada igual!....
    Beijinhos, parabéns!

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  2. E você bem conhece o gostinho desse brilho, né amiga... obrigada pelo comentário, beijos borboleteantes e boa semana!

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  3. Me emociona ainda qualquer "Obrigada!" "Vocês brilharam" ou um escrachado "Do caralho, valeu!". E lá vamos nós, enquanto os olhos encherem de lágrimas e existirem as borboletas na barriga é sinal de que tudo vai bem! Se é sentido, faz sentido. Você vai longe amiga! Mas só deixo no máximo em Contagem-MG. Beijos

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  4. Acho que o "do caralho, valeu" é dos mais emocionantes. Quando alguém tem a liberdade de falar assim é porque o trabalho realmente aproximou vocês. Amei o "se é sentido, faz sentido"; anotei com canetinha rosa brilhante no caderninho... e pode deixar que eu até vou, mas vc, mais que ninguém, sabe que eu volto! Obrigada, gaata, beijo beijo

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