domingo, 25 de setembro de 2011

Como o céu é do avião



Quando eu morei em Barcelona, descobri que piquenique é in. Sim, porque a gente aqui no Brasil ficava cheio de dedos, levar isso é farofa, levar aquilo é farofa... pois do lado de lá do "corguinho" o povo não está nem aí. Em dias ensolarados, todo mundo vai de mala e cuia pras praças e parques, forra uma bela toalha, abre sua garrafa de vinho, belisca e aproveita pra ser feliz. Só aqui a gente fica nessa frescura de farofa. Ou ficava.


Nos últimos anos tenho achado muito legal o que tem acontecido nas praças e parques de BH. O povo antes olhava com uma cara engraçada, mas agora a cada dia tem mais gente que sai pra ouvir um jazz levando a família, canga, caixa térmica, umas belas cervejas e uns belisquetes. Até o cachorrinho, todo arrumadinho, de bandana no pescoço. Como diz a Bina, minha prima, esses "programas utópicos" de que a Vick gosta - utópicos porque todo mundo fica com vontade de ir, mas acaba não indo.


Este finde foi muito utópico. Na sexta, seresta em Santa Tereza: os VIPS, Valdirene e... Vanderlei Cardoso! A coisa mais democrática do mundo, tudo de bom, com direito a show de dança de salão, oferecido por um casal de sessentões do arco da velha. A dançarina parecia voar. E tudo muito tranquilo e confortável, nem muito cheio nem muito vazio, uma noite quente e perfeita.


Hoje foi dia de Praça do Papa. Projeto "Aqui Jazz", patrocinado por... um cemitério! Tirando o trocadilho cem quilômetros pra lá de infame, foi sensacional. Fazia um frio, ventava, todo mundo no solzinho, feliz, ouvindo um espetáculo de banda.


Feliz da cidade em que o povo bota a cara na janela, se encontra na rua. Acho que esses eventos utópicos matam um pouco a saudade de um tempo que eu não vivi.


Ah, essa foto é da Praça do Papa. O jazz de hoje foi lá.