domingo, 28 de fevereiro de 2010

Competência e onipotência


Parece até engraçado que haja ainda um preço a pagar por se comprometer, se esforçar, entregar o prometido melhor que a encomenda. Afinal de contas, não é para isso que as pessoas são contratadas???

Aliás, há vários preços. Um dos mais altos é o ciúme das pessoas que não conseguem ou (o mais comum) não querem se envolver e, consequentemente, não alcançam o mesmo resultado. Sim, porque se envolver custa caro, custa discutir, opor-se, arriscar-se, até mesmo uns bate-bocas... mas muda o olhar das pessoas sobre você. Só que depois fica aquele climinha chato, caras, bocas e bicos quando o competente colhe os frutos que plantou.

Ok, mas controlar ou resolver isso está fora do alcance da pessoa que sofre esse tipo de assédio. É um problema dos outros em relação à competência dela. Praticamente não há como se destacar sem incomodar.

Bom, isso posto, normalmente começa um novo processo: o de transferência do trabalho dos incompetentes para o competente - que pode ser uma iniciativa do chefe ou simplesmente um processo de osmose - o trabalho "escorre", as pessoas passam a procurar o competente porque sabe que ele resolve os problemas. Aí mora o maior perigo: seguramente isso é um reconhecimento, e a sensação de ser visto como alguém que resolve as coisas é gratificante. Daí corremos o risco de virar "topa-tudo" e comprar qualquer tranqueira. A gente se esquece de que não foi à-toa que colocaram dez pessoas para dar conta daquele trabalho, e passa mesmo a acreditar que pode dar conta de tudo.

Por mais que saibamos fazer melhor, temos que ser humildes o suficiente para entender que não controlamos o mundo, e não podemos resolver todos os problemas da humanidade. Por mais que o seu trabalho seja melhor que o do outro, ele é adulto e tem o direito de fazer como entender. Antes de você chegar, já tinha gente ali, talvez fazendo pior - ou melhor - que você. E quando você surtar e for parar no hospital vitimado pelas síndromes moderninhas de estresse, que não poupam ninguém que nasceu depois de 1960, as coisas, efetivamente, vão continuar a andar, seja como for.

Quanto a você, bom, aí eu não tenho certeza...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Terapia de Casais Empresarial


Gente, tem muita empresa precisando de terapia urgente.

Outro dia fui trocar uma passagem na Gol. No chat, rezei a missa toda, forneci todos os dados, esperei, até que finalmente a atendente se dignou encontrar um horário. Eu disse "ok". Então ela disse "a senhora quer fazer a troca?" (não, querida, quero bater papo com você!), ao que eu respondi "claro!".

Então o inusitado aconteceu: a atendente disse "senhora, responda sim ou não". Acredita????? Engoli o sapo, devido à minha condição de hipossuficiência (é como a legislação de consumo nos vê em uma situação dessas - totalmente nas mãos de um boçal), depois fiz questão de "zerar" o atendimento na avaliação da Gol. No outro dia, um gerente de não sei o quê me ligou e eu expus a ele a situação, questionando se isso é regra da companhia (talvez o Melvin fosse o presidente, rsrsrs). Para meu alívio, a resposta foi não. Ou seja: a cultura de empresas de aviação, de bancos, de empresas de telecom, está se tornando tão louca que até os atendentes de telemarketing estão incorporando essa postura arrogante e, por que não dizer, sádica, ao tratar o consumidor - que, diga-se de passagem, é quem paga as contas de todos eles.

Mas a parte mais hilária vem agora. Hoje à tarde estava na casa de meus pais, quando liga o tradicional telemarketing do Citibank (gente, esse povo não desconfia???). Decidi dar uma de telemarketing com a moça, para me divertir um pouco. Pois você precisa ver a indignação dela quando eu perguntei de que se tratava. Praticamente exigiu falar com meu pai. Ao ouvir meu riso com o seu "chilique", a moça disse que ligava mais tarde. E voltou a ligar! Às nove e meia da noite. Adivinhe o que ela conseguiu.

O que esse pessoal precisa entender é que marketing é como qualquer relacionamento amoroso. Ninguém vai sair com você para tomar um vinho se você exigir. Ninguém vai querer saber o que você tem a dizer se nem te conhece direito e você tocar campainha às duas da manhã. E, se depois que você conquistar a pessoa, começar a pisar na bola, na primeira oportunidade ela te troca por outro.

Será que os executivos dessas empresas paqueram (ou já paqueraram) assim?

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Chiquinho e Francisquinho

Só podia ser a Val. Minha melhor amiga de toda a vida, mesmo antes de ela nascer. Em segundos vai da pimenta pura de escorpiana ao doce delicioso de uma caixa de Lindor daquele redondinho embrulhado em papel vermelho - que ela devora no meio da madrugada sem um pingo de culpa.

Mandei pra ela o leiaute do blog pra ver se o retorno seria pimenta ou chocolate... daí escuto o gritinho lá de dentro: "Ei, tô te seguindo!". Gente, o blog nem ficou pronto... Mas é a Val: não importa se estamos a dois metros ou a dez mil quilometros de distância; as pegadas de uma sempre aparecem ao lado das pegadas da outra.