Parece até engraçado que haja ainda um preço a pagar por se comprometer, se esforçar, entregar o prometido melhor que a encomenda. Afinal de contas, não é para isso que as pessoas são contratadas???
Aliás, há vários preços. Um dos mais altos é o ciúme das pessoas que não conseguem ou (o mais comum) não querem se envolver e, consequentemente, não alcançam o mesmo resultado. Sim, porque se envolver custa caro, custa discutir, opor-se, arriscar-se, até mesmo uns bate-bocas... mas muda o olhar das pessoas sobre você. Só que depois fica aquele climinha chato, caras, bocas e bicos quando o competente colhe os frutos que plantou.
Ok, mas controlar ou resolver isso está fora do alcance da pessoa que sofre esse tipo de assédio. É um problema dos outros em relação à competência dela. Praticamente não há como se destacar sem incomodar.
Bom, isso posto, normalmente começa um novo processo: o de transferência do trabalho dos incompetentes para o competente - que pode ser uma iniciativa do chefe ou simplesmente um processo de osmose - o trabalho "escorre", as pessoas passam a procurar o competente porque sabe que ele resolve os problemas. Aí mora o maior perigo: seguramente isso é um reconhecimento, e a sensação de ser visto como alguém que resolve as coisas é gratificante. Daí corremos o risco de virar "topa-tudo" e comprar qualquer tranqueira. A gente se esquece de que não foi à-toa que colocaram dez pessoas para dar conta daquele trabalho, e passa mesmo a acreditar que pode dar conta de tudo.
Por mais que saibamos fazer melhor, temos que ser humildes o suficiente para entender que não controlamos o mundo, e não podemos resolver todos os problemas da humanidade. Por mais que o seu trabalho seja melhor que o do outro, ele é adulto e tem o direito de fazer como entender. Antes de você chegar, já tinha gente ali, talvez fazendo pior - ou melhor - que você. E quando você surtar e for parar no hospital vitimado pelas síndromes moderninhas de estresse, que não poupam ninguém que nasceu depois de 1960, as coisas, efetivamente, vão continuar a andar, seja como for.
Quanto a você, bom, aí eu não tenho certeza...
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ResponderExcluirEsse texto veio a calhar com tudo que estou vivendo em meu trabalho; preciso descentralizar tarefas, tendo o cuidado de não magoar pessoas onipotentes e que na maioria das vezes não têm tanta competência assim. É muito difícil sair ilesa quando se propõe a mudar coisas que antes pareciam imutáveis e o pior, muitas vezes nos questionamos se estamos tomando a decisão certa, já que quase todo mundo é contrário à mudanças... pode ser que suas palavras tomem proporções maiores e saiam do ãmbito desse blog "fessora querida", mas me comprometo a citar sempre o nome do autor (o seu nome), até porque esse nome tem uma credibilidade sem tamnho!!! Rssss... Bjos!
ResponderExcluirExistem pessoas que gostam do que fazem, assim como existem pessoas, esse tipo cada vez mais comum, que trabalham em função de QUANTO ganhar e não do QUÊ fazer...
ResponderExcluirAcontece que estes dois tipos de pessoas coexistem em um mesmo ambiente. O mais engraçado é que a vida não é preto ou branco. Às vezes os que gostam do que fazem não sabem fazer, às vezes os que não se importam sabem fazer. Claro que o contrário é mais comum...
Mas as pessoas que gostam do que fazem e sabem fazer, muitas vezes se interessam tanto pelas coisas que tentam resolvê-las, ainda mais quando percebem que os outros não querem ou não sabem...É um processo Kamikaze, que desgasta, que às vezes aborrece, mas que gratifica...A felicidade de perceber que se fez a diferença dentro de um trabalho que se acredita, ouvir um “obrigado, era exatamente isso que eu precisava” muitas vezes compensa....
O importante na vida é tentar descobrir o QUANTO compensa...Equilibrar, temperar, aproveitar um lado da vida sem deixar de ser feliz também pelo outro lado...Mas e aí, quem consegue sempre?!
Acho que ninguém consegue... e diria mais: grande parte da carreira da gente consiste exatamente em tentar! Beijo
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