Ela tem bigodes e sobrancelhas grossas como quem deu origem ao seu nome. A diferença é que são branquinhos.
A carinha terna deste presente, o mais inesperado entre tantos em um aniversário mágico, esconde uma personalidade que, em poucos dias, já se mostra forte como a da artista.
Adoro dar nome de gente a bicho, mas este tem um motivo especial. Além de ter sido uma artista incrível, cheia de personalidade e ousadia, a história de Frida Kahlo e Diego Rivera me ensinou a enorme diferença entre fidelidade e lealdade.
Fidelidade é estática. É estar ali ao lado, gostando ou não, feliz ou não. É quase estar amarrado. E isso não se prende apenas à vida amorosa. Tem a ver com amizade, com família, com relações. Todas.
Fidelidade é estática. É estar ali ao lado, gostando ou não, feliz ou não. É quase estar amarrado. E isso não se prende apenas à vida amorosa. Tem a ver com amizade, com família, com relações. Todas.
Lealdade é estar ali ao lado porque se quer, quando se quer. E ter a coragem de dizer quando não se quer mais, ou quando se quer, mas não se está feliz com a maneira como as coisas caminham.
Quem é fiel, mas não é leal, acaba traindo. Pode não ser traição física, porque seria infidelidade. Mas é traição de alma. É não dizer o que se pensa por medo de correr riscos, de confrontar, de se indispor, de sair da zona de conforto, mesmo que isso seja uma possibilidade de crescimento. É dizer aos outros, mas não dizer a quem precisa ouvir.
Quem é leal pode até não ser fiel. Mas a diferença é bem clara: quando você é leal, mas não é fiel, o outro é o primeiro a saber, e pode ESCOLHER se aceita ou não. Ser leal é uma prova de coragem. É dar ao outro o direito de discordar de você, de seguir outro caminho, se achar melhor.
Em seus poucos dias de vida, minha doce Frida já parece saber a diferença. Deita-se sobre meus pés como uma pantufinha branca, mas reclama quando quer atenção, mesmo correndo o risco de tomar bronca por resmungar no meio da noite. Talvez por ser filhote, por ter o instinto de sobrevivência pouco aflorado. Sei lá. Acho que a necessidade de sobreviver inibe a coragem de ser leal. É mais uma das escolhas da vida. Viver ou apenas sobreviver.