sexta-feira, 30 de julho de 2010

Coração na Boca

Conheci a Fê no colégio. Era amiga da Dani, uma das minhas melhores amigas até hoje. A gente era tiete de Skank e Jota Quest, naquela época J. Quest. Estávamos em todas aquelas festinhas na casa de fulano e sicrano, "10 reais pra entrar, J. Quest vai tocar". E a Fê paquerava o Rogerinho.

Corta a cena. No Facebook, soube que a Fê é quem escreve o Coração na Boca. Fui puxando a linha; acabei descobrindo que a história evoluiu e, entre outras coisas, grande parte das músicas do Jota Quest foi ela quem escreveu. Achei incrível saber que as letras daquela Fê loirinha e com um sorriso do tamanho de BH embalaram e ainda embalam tanta coisa na minha vida. Sentimentos às vezes confusos, enroscados, mas o importante é que eles continuam ai, dando gosto à vida.


domingo, 25 de julho de 2010

A pipa do vovô





Passamos hoje um doce dia em família. Batendo papo e assistindo ao meu pai soltando pipa com minha irmãzinha... que tem 28 anos. Pois é... Chegamos ao parque e ela se encantou com uma pipa que tinha estampado o escudo do Atlético Mineiro.

A certa altura, vendo minha irmã, atrapalhadíssima, pelejando para fazer o brinquedo voar, um menininho se aproxima e diz: "moça, não adianta. A pipa não vai subir". Minha irmã comentou "é por causa do vento?". "Não, é porque sua pipa é do Galo".
Durma-se com um barulho desses...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

"Mexendo" com marketing



Desde a última quinta estive totalmente imersa em educação empresarial. Muito aprendizado, mais bons que maus momentos, suando, sensação de que o cérebro está pedalando, pedalando...


Talvez por estar revendo e lembrando a teoria, estou ainda mais crítica. E, talvez exatamente por causa disso, dois fatos aconteceram e me deixaram pensando no quanto temos a aprender sobre aspectos tão simples de marketing.

Quando se pergunta a um empresário por que uma empresa existe, é comum ouvir a resposta "para dar lucro". Concordo. O que as pessoas muitas vezes esquecem é que esse lucro só existe se, e somente se o produto ou serviço comercializado for um um meio para satisfazer as necessidades e desejos do cliente. Cada vez mais se acentua a tendência de que nenhuma empresa sobreviva se não resolver o problema do cliente. E mais: com excelência.


Talvez exatamente por estar mais sensível a isso, literalmente "espumei" com dois fatos que aconteceram entre a semana passada e esta.

O primeiro foi com uma empresa que produz móveis. São lindos. Modelos diferenciados, bons preços, bom prazo de entrega. Fiz a compra, recebi um email confirmando o envio à transportadora e, uns três dias depois, em pleno domingo, recebo outro email informando o cancelamento do pedido. Curiosamente, apesar de enviá-los para perturbar o dia dos clientes, aos domingos esta empresa não responde emails nem telefonemas.

O segundo foi com a coifa que mandei fazer. Pediram quinze dias úteis, sem possibilidade de alteração, muito rígidos etc e tal. Pois no dia marcado nem apareceram nem responderam meu email. Três dias depois, dignaram-se informar que "realmente houve um atraso"(descoberta brilhante!) e limitaram-se a remarcar a entrega para daqui a quinze dias.


Fico pensando o que tende a acontecer com empresas que simplesmente vendem móveis ou coifas, e se esquecem de que na verdade deveriam vender a realização de sonhos. Não comprei um equipamento de cozinha ou artefatos de madeira. Comprei parte da realização do sonho da minha casa! Há dois meses estou passando por um processo trabalhoso e desgastante de reforma, e tudo o que alguém menos quer a essa altura é que um funcionário burocrata se limite a constatar erros sem apresentar solução. Resolvem parcialmente um problema e criam uma dezena de outros, novos.

Se essas empresas têm alguém encarregado do marketing, mesmo sem vê-lo, posso afirmar que essa pessoa é o perfeito exemplo do indivíduo que, perguntado sobre o que faz, responde "eu mexo com marketing". E mexem também com os nervos dos clientes e com os lucros das empresas... da pior maneira possível.


Elas podem até tentar mexer com marketing, mas, definitivamente, o marketing não mexe com elas. Pronto, falei.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A última romântica



Pois então. No meio da tarde de segunda, uma amiga, que conhece bem sua xeretice e curiosidade, te liga, dizendo que na quarta vai haver uma palestra sobre física quântica na Unipaz.

Você, que nem sabia que existia Unipaz em BH, liga para lá para confirmar sua presença. Daí a moça que atendeu ao telefone, muito simpática, oferece: temos também sessões gratuitas de reiki, você quer agendar? Gente, quem recusa reiki? Agende aí, moça, por favor...

No dia marcado, você chega, é recebida com o maior carinho e passa por uma maravilhosa sessão de meia hora. Ao sair, com a alma nas nuvens após um dia elétrico, ninguém te cobra nada e as pessoas ainda agradecem por você ter ido.

Estranho? Pois não devia ser. Ainda sou daquele tipo que esperneia para não se acostumar a essa rotina seca, mesquinha e viciante em que a gente vive enfiado.

Sei que Deus não lê meu blog, mas gostaria de deixar aqui meus mais sinceros agradecimentos, por ter tão pouco a pedir e tanto, mas tanto a agradecer. Perdi a conta de há quanto tempo não posto um chili.

Delícia de dia!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Tia Irene 10 x 0



Quase não consigo assistir ao jogo hoje.

Quando saí, sabia que perderia um pedaço de todo jeito, então resolvi relaxar e prestar atenção ao povo na rua, que não podia ou não queria assistir ao jogo. Vendedores de bandeiras no sinal, gente lavando o carro, passeando com o cachorro... Daí me lembrei de uma historinha da copa de 94. Da inesquecível Tia Irene.

A família do meu pai é muito religiosa; daí o fato de ele ter várias tias freiras ou beatas. Na década de 80, lembro que todas olhavam para nós, menininhas cheias de filós no cabelo e esmaltes verdes nas unhas, com olhar de reprovação. Vestido decotado então, era bronca na certa. Menos a Tia Irene.

Tia Irene tinha sempre um sorriso tranquilo no rosto, mãozinhas finas, branquinhas e carinhosas e as palavras mais divertidas nos lábios. Quando via nossos esmaltes berrantes, para desespero de suas irmãs, dizia: "que tal se você combinasse com o vestido?".

Para mim, que estudei em dois colégios de freiras com pedagogias, no mínimo, massacrantes, encontrar a Tia Irene era um oásis no deserto. Ela parecia não envelhecer, não adoecer, estava sempre lúcida e bem-humorada, cheia de piadinhas.

No dia da final da Copa de 94, meu pai estava com o pé quebrado e pediu que eu fosse, em seu lugar, fazer uma visita a ela na enfermaria da Santa Casa. Já fui paramentada, de camiseta e tal, pensando em como animar uma velhinha querida, magrinha, fraquinha, que, com seus 90 e poucos anos, estaria em um hospital enquanto o país inteiro vibrava com a Copa.

Para minha surpresa, Tia Irene estava com o bom humor de sempre. Cumprimentei, conversei um pouquinho, e comecei a contar a ela que naquele dia seria a final Brasil x Itália. Santa ingenuidade, Batman! Enquanto eu falava, a danadinha deu uma piscadela, esticou a mãozinha e puxou na cabeceira da cama um radinho de pilha: "e eu não sei?".

É, tia, você deve ter assistido ao jogo de hoje aí em cima em uma telona de plasma de primeira linha, né... pena que a molecada aqui embaixo te decepcionou. Mas em 2014 tem mais!