Desde a última quinta estive totalmente imersa em educação empresarial. Muito aprendizado, mais bons que maus momentos, suando, sensação de que o cérebro está pedalando, pedalando...
Talvez por estar revendo e lembrando a teoria, estou ainda mais crítica. E, talvez exatamente por causa disso, dois fatos aconteceram e me deixaram pensando no quanto temos a aprender sobre aspectos tão simples de marketing.
Quando se pergunta a um empresário por que uma empresa existe, é comum ouvir a resposta "para dar lucro". Concordo. O que as pessoas muitas vezes esquecem é que esse lucro só existe se, e somente se o produto ou serviço comercializado for um um meio para satisfazer as necessidades e desejos do cliente. Cada vez mais se acentua a tendência de que nenhuma empresa sobreviva se não resolver o problema do cliente. E mais: com excelência.
Talvez exatamente por estar mais sensível a isso, literalmente "espumei" com dois fatos que aconteceram entre a semana passada e esta.
O primeiro foi com uma empresa que produz móveis. São lindos. Modelos diferenciados, bons preços, bom prazo de entrega. Fiz a compra, recebi um email confirmando o envio à transportadora e, uns três dias depois, em pleno domingo, recebo outro email informando o cancelamento do pedido. Curiosamente, apesar de enviá-los para perturbar o dia dos clientes, aos domingos esta empresa não responde emails nem telefonemas.
O segundo foi com a coifa que mandei fazer. Pediram quinze dias úteis, sem possibilidade de alteração, muito rígidos etc e tal. Pois no dia marcado nem apareceram nem responderam meu email. Três dias depois, dignaram-se informar que "realmente houve um atraso"(descoberta brilhante!) e limitaram-se a remarcar a entrega para daqui a quinze dias.
Fico pensando o que tende a acontecer com empresas que simplesmente vendem móveis ou coifas, e se esquecem de que na verdade deveriam vender a realização de sonhos. Não comprei um equipamento de cozinha ou artefatos de madeira. Comprei parte da realização do sonho da minha casa! Há dois meses estou passando por um processo trabalhoso e desgastante de reforma, e tudo o que alguém menos quer a essa altura é que um funcionário burocrata se limite a constatar erros sem apresentar solução. Resolvem parcialmente um problema e criam uma dezena de outros, novos.
Se essas empresas têm alguém encarregado do marketing, mesmo sem vê-lo, posso afirmar que essa pessoa é o perfeito exemplo do indivíduo que, perguntado sobre o que faz, responde "eu mexo com marketing". E mexem também com os nervos dos clientes e com os lucros das empresas... da pior maneira possível.
Elas podem até tentar mexer com marketing, mas, definitivamente, o marketing não mexe com elas. Pronto, falei.