sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Né brinquedo não...

Tirei uma tarde desta semana para fazer panetone com duas amiguinhas: a Isa, de 5 anos, e a Ana, de 7.

Depois que pusemos a cozinha abaixo, enquanto os panetones - marcados com a inicial do nome de cada uma, para que pudessem merecidamente dizer "fui eu quem fez" - assavam, as duas começaram a xeretar as tretas da minha casa, que, diga-se de passagem, é um pratão pra crianças.

Aí toparam a parede preta escrita de giz. Minha amiga Debinha desenhou uma grande árvore de Natal e as pessoas foram escrevendo seus desejos. Até então, apenas adultos.

As duas pediram giz e eu disse que queria que escrevessem o que queriam de mais legal para o Natal e Ano Novo. "Mas não pode escrever coisa do tipo 'quero um brinquedo'. Pensem em algo diferente".

Enquanto eu tirava os panetones, elas escreveram e eu não tive tempo de ler. Depois de irem embora, finalmente fui ver. A Isa escreveu "Feliz Natal para todos". Já a Ana, capetinha, colocou "Eu queria uma guitarra"...
Enfim, guitarra na mão de moleque de sete anos realmente não é brinquedo.

Um Natal cheio de ternura e bom humor pra nós todos.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Onde a gente tem o nariz



Estava ali molhando minhas flores e pensando em como, mais uma vez, este ano passou rápido. Pisquei os olhos e já é hora de pensar no ano que vem. Nos anos que vêm. No que os anos vêem.

Pensar no que fizemos. No que não fizemos. No que poderíamos ter feito. No que faríamos diferente.

Nesse ponto, um velho problema dos negócios se repete na vida.

Muitas vezes a gente vai fazer uma pesquisa ou montar um planejamento e vai seguindo as etapas, sem se perguntar: "qual é a pergunta a que eu quero responder? O que eu preciso saber?". Ou "qual é o objetivo da minha empresa? Aonde eu quero chegar?".

Muuuuuuuuito complicado responder isso. Talvez seja o maior desafio de todo o processo. Mas, se a gente não "cola" no cliente para obter essas respostas, todo o trabalho fica solto, sem liga, sem sentido. Como você vai saber que chegou lá, se não sabe onde é lá? Ou vai fazer todo esse esforço simplesmente para sobreviver?

Na vida também é assim. Às vezes a gente se pega trabalhando como um louco, sem tempo para mais nada. Se chegasse aqui um marciano e perguntasse "mas você trabalha pra quê?", a gente responderia "pra ganhar dinheiro". "Mas ganhar dinheiro pra quê?" "pra comprar as coisas que eu quero e preciso". "E pra quê?". "Oras, pra ficar mais feliz, pra ter qualidade de vida". "E o que é qualidade de vida?" "Ah, é conviver com minha família, poder ter conforto, me divertir...".

Nesse momento, provavelmente, o marciano coçaria a cabecinha, olharia na sua cara e diria "devo deduzir que essa vida que você leva está te proporcionando isso?"

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Silêncio ensurdecedor.

É. Não tem mesmo vento favorável pra quem não sabe aonde quer ir. Ir vivendo a vida, simplesmente, não vai mostrar o caminho. Não adianta reclamar que as coisas não acontecem como a gente gostaria, se a gente não sabe do que realmente gosta. E isso não vale apenas para o trabalho. Permeia tudo: amigos, amor, família.

Agora é hora de pensar: eu sei aonde quero ir? E o principal: "com o que faço no dia-a-dia, eu estou andando nessa direção?".

O primeiro passo para realizar um sonho é se permitir sonhar.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Sunshine

Ontem eu estava baixando umas músicas do Light House Family e, de repente, encontrei uma que eu não procurava; ela me achou.

É a trilha da cena mais linda de um filme que me emociona tantas vezes quantas eu assisto. Dura pouco mais de um minuto e mostra as estações passando, enquanto o personagem caminha pela rua.

O mais legal é que a cena não tem cortes. Ou seja: ele passa pelas pessoas, pelas estações, veste o casaco, se protege da chuva e da neve, tira o casaco... mas continua o mesmo.

Como acontece na cena, essa música, escrita nos anos setenta, passa pelo tempo, se modifica, mas continua linda. Como acontece também na vida. Coisas que passam pelo tempo, esfriam, esquentam... e continuam lindas.