quinta-feira, 17 de maio de 2012
E se não fosse a Carolina
Tá. Ela é uma cidadã. Paga impostos como todo mundo. Sofreu invasão e um roubo, o que é crime.
Até aí, tudo bem.
O que me incomoda profundamente é a possibilidade de que o roubo das fotos dela pela internet tenha sido esclarecido no tempo relâmpago de uns três dias só porque ela é parte do olimpo.
Também me incomoda profundamente o fato de ter sido roubada uma semana antes dela, de saber como encontrar quem roubou e de já ter sido informada de que a polícia não vai fazer nada.
E, pra dar aquela pimenta nessa gororoba, ainda tem a cobertura patética e sensacionalista da Globo, anunciando o caso como se fosse algo novo, surpreendente, interessante.
Ah, gente, convenhamos: quem em seu perfeito juízo baixa um arquivo executável e ainda envia seu login e senha para um desconhecido?
Queria ver se não fosse a Carolina. Se fosse a Conceição, que apanha do marido; se fosse a Cristiana, que ontem foi assaltada e hoje tem que passar pelo mesmo lugar, desviando do mesmo ladrão para não ser roubada de novo. Se fosse a Cristina, que é extorquida todos os dias pelo banco. Se fosse a Carla, que custou a comprar uma geladeira e ela nunca funcionou.
Queria saber se em três dias o problema estaria resolvido. Se passaria na TV.
Tenho vergonha em reconhecer que, enquanto na França o novo presidente corta em 30% seu salário e o da sua cúpula, no Brasil a polícia se movimenta toda por uma meia duzia de fotos de uma celebridadezinha mimada. E o resto da barbárie continua a acontecer sem que ninguém se mova. Prontofalei.
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